sábado, 1 de agosto de 2009

Do Mestre com Carinho

Haja paciência para esperar esse vídeo carregar, mas vale MUITO a pena. Esse é Lydio Bandeira de Mello, gênio de pai, mãe e irmão (O Luiz também é fera!). Tive a bênção de ser sua aluna durante dois anos até que a UFRJ resolveu que ele estava ensinando demais e fez-lhe uma grosseria. Neste vídeo ele fala sobre a carga horária do curso de modelo vivo, que diminuiu de 900 horas para 90, sobre a arte que não é feita para durar e sobre a capenguice de não saber desenhar.

Claro que, como professora, eu lido com alguns de vocês que nem ESCREVEM mais, não é, meus amores? A relação com o lápis já está tão defasada, comparando com a relação com o teclado, que eu entendo melhor porque é que alguns dos meus amores ficam quatro anos no curso e não terminam UM trabalho.

Nossa! Vai fazer vinte anos que eu tive aula com esse sujeito! Ele certa vez me deu a honra de me chamar de covarde - no que estava certíssimo. Eu era borrachólotra, não experimentava nenhuma outra mídia que não fosse o grafite e só contornava - luz e sombra era só em dia santo!

Eu aproveitei muito pouco dele. Mas outros aproveitaram mais, como o Ricardo Bonitinho Guimarães, da sala ao lado da nossa. Esse é outro tesouro, lapidado em certo ponto por Lydio Bandeira de Mello.



Vamos lembrando: não é o Photoshop, não é a tablet, não é o ZBrush, não é o aerógrafo, não é o pincel mais caro que o carro do seu pai... Nada disso vai resolver seu problema. É observar e retratar. Retratar torto, retratar feio, retratar melhor um pouquinho, botar no Deviantart, aceitar crítica boa, ouvir crítica maldosa e aprender sobre tudo.

Todo conhecimento liberta.

A vocês meus alunos amados, meu professor amado - amado de todo mundo:
Lydio Bandeira de Mello

Bandeira de Mello - Eu existo assim from Tiago Morena on Vimeo.


Um comentário:

Lilly Rose disse...

Boa Tarde Patrícia !!! Vindo conhecer teu Espaço. Já de muito conheço e admiro a ti e Eddie pelos Livros, e agora tenho a oportunidade de aprender e conhecer um tiquito mais desta Turminha Querida que formam !

Como fotógrafa, ao ver este Vídeo do Pintor Bandeira de Mello,( que não conhecia), fiquei impressionada com sua sabedoria. Principalmente qdo ele fala sobre a Pintura Moderna, o "de não importar-se c/ a permanência do que se cria".

Hoje, pode-se perceber exato isto na Fotografia Atual também.

Sou Fã da boa e tradicional Câmera Analógica, onde o fotógrafo tem de pensar bem em sua composição, enquadramento, enfim visualizar seu objetivo, o que ele quer expressar c/ sua foto ?

Com o surgimento das Câmeras Digitais (não sou inimiga delas, eu mesma tenho uma por conta da profissão) esta preocupação sumiu de boa parte das pessoas.

E assim como na Pintura Moderna, na Fotografia Atual, muitos caem neste mesmo engodo, o de "não pensar na permanência de sua Imagem" . Nem mais o termo Fotografia é usado e sim Imagem. Dispara-se 200 imagens de um tema só e pronto. E se aproveitar disso umas 10, já é vitória !

E fácil, não gostou, deleta...saiu mal feito e não dá tempo de refazer, vai lá p/ o Photoshop , muda aqui, muda ali e puff, a idéia original sumiu, a criatividade fica p/ o Programa, e o Fotógrafo hábil na Informática acaba por virar " Micreiro ". É, sabe tudo de Informática, Programas de tratamento de Imagem , mas enquadrar, compor, ahh isso alguns nem lembram mais o que é.

É claro que não pode-se generalizar o que expuz, e tem muita gente que sabe como usar uma Digital e não ser apenas manipulado ou seduzido por suas comodidades.

Patrícia, adorei o Vídeo e teu Blog. Desculpa a prolongada escrita, mas Geminiano é assim , o Mestre Bandeira de Mello, por certo entendería-me ...

Abençoada Semana p/ ti !

Aromas de Rosas...

Lilly Rose