segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fé Demais e Fé de Menos

Minha amiga descobriu, como muita gente que viver sem fé é como andar sem pernas e sem braços. Tem gente que até vive com a deficiência, mas não é fácil.
Para variar, foi justamente o Sermão de Cazalbéto, Reverendo Arcediago e muito tietado, que me inspirou a fazer o post e pensar sobre o assunto. E como uma boa seguidora da Lei de Murphy, foi justamente o sermão que eu não gravei...

Mas não vou me alongar muito. Vou só lembrar algumas histórias de fé que são boas alegorias para as milhões de faces de um troço tão vital para mim.


Essa é muito velha e eu acho que já contei aqui, mas vale a pena ouvir de novo:
"- João! Olha a água da enchente subindo. Entra no carro e vamos embora!
João nem se mexeu:
- É Deus quem vai me salvar! Não há de me acontecer nada.
E a água subindo...
- João! Sobe no jegue que os carros não estão passando mais. A água tá subindo.
- É Deus quem vai me salvar! - Diz João em cima da cadeira.
E a água vai subindo...
- Joãããão! Sobe na carroça que ainda tem lugar!
- Eu, não... É Deus quem...
- ... Então fique, sua besta! - e o resto do pessoal da carroça deu no pé, ou nos cascos do cavalo.
E a água subiu. João do telhado viu o helicóptero chegando.
- O senhor não se assuste. Vamos jogar a escada para seu resgate! Por favor, tente agarrá-la.
- Não precisa. Podem ir embora. É Deus quem vai me...
E lá se foi casa, João, árvore e tudo água abaixo.
Como todo homem de fé, João foi ao encontro do Criador. Porém, estava decepcionado:
- Eu acreditei tanto, e o Senhor não foi me salvar!
Deus suspirou, com uma paciência de Jó - que estava lá perto.
- João, eu mandei um carro, um jegue, uma carroça e um helicóptero! Você não pegou porquê, seu imbecil!!!"

E o Brasil é assim mesmo, cheio de diferenças. Se na terra de João chove demais, na de Severina é diferente.


"A classe de senhoras de uma igreja no Sertão resolveu organizar uma corrente de oração para pedir a Deus que acabasse com a seca e trouxesse um pouco de chuva. E lá vem a véia Severina com o guarda-chuva debaixo do braço.
- Tá doida, mulher? - foi a primeira coisa que ouviu.
- Ó, gente, eu não tô indo pedir chuva a Deus?"

Enquanto isso, aqui no Rio:

"Num passeio do pessoal da Igreja estava um missionário americano e uma irmã que tinha uma tremenda atração por altura. Os dois e mais um pessoal resolveram subir a Pedra da Gávea. A irmã que gostava de alturas ficou bem na beiradinha, sentindo a atração do vazio:
- Ai, dá até vontade de me atirar daqui de cima.
O americano se meteu:
- Não faça isso porque com certeza irá se machucar.
A irmã, que era uma dessas malucas que resolve disputar a afeição de Deus como quem disputa a atenção do rapaz bonito da escola retrucou:
- E você duvida que Deus tem poder para me salvar da queda se eu me jogar daqui?
O missionário nem piscou:
- Claro que não! Mas para te salvar, Deus precisaria revogar a Lei da Gravidade por alguns minutos. Tudo o que está assentado iria perder o chão, o mundo perderia a firmeza e os planetas se chocariam um contra o outro - tudo por causa da sua vaidade! Eu acho que nesse caso, Deus iria preferir deixar você se esborrachar lá embaixo."
A fé não costuma falhar, mas a gente costuma se confundir em relação a ela. É melhor sentir e pronto, sem entender mesmo. E vamos levando...

3 comentários:

Nanael Soubaim disse...

Só sei que todo excesso não pode prestar:
http://meingesicht.blogspot.com/2010/05/teophobia.html
Nem para esquerda, nem para direita:
http://meingesicht.blogspot.com/2009/11/dogma-e-religiao.html
A fé nunca falha, mas o bom senso quase sempre.

Anônimo disse...

mara d mais o q tu escreve mulher... qndo sai o horroscopo na lata 2 rssr bjo

Anônimo disse...

uns com "fé" de sobra, outros de menos... eu ate que ri da segunda história...
muito bom post